BEM VINDOS

REFLEXÕES ECLESIAIS E HUMANAS

quinta-feira, 14 de julho de 2011

(Homo)Sexualidade e a esquerda


Sei que isso pode ser um crime, mas cito fonte no final. Gostaria de compartilhar uma proposta de reflexão do autor Jung Mo Sung.

O autor traz presente a história de luta em favor das minorias. Jung mo sung porém nos provoca para melhor discutirmos a ética sexual e a homossexualidade, tema polêmico que ultrapassa barreiras politicas. saboreiem a reflexão deste estimado autor:

A Teologia da Libertação, como sabemos, produziu um poderoso discurso religioso de crítica às injustiças sociais e apresentou uma imagem de Deus compassivo e solidário com os sofrimentos dos pobres do mundo inteiro. O seu impacto foi tão grande que ultrapassou o continente latino-americano e atingiu o cristianismo nos outros continentes; e foi mais além do próprio o mundo cristão e entrou também no mundo judaico, budista e islâmico. (Há hoje uma produção importante da teologia islâmica de libertação que é pouco conhecida por aqui.)

O que une setores dessas diversas religiões não é uma compreensão convergente de Deus (no budismo majoritário, não há noção de Deus), nem uma vontade de estabelecer um diálogo religioso pelo diálogo, mas a convicção ética de que a (sua) religião deve assumir responsabilidades frente à tão gritante injustiça social que marca o nosso mundo. É a capacidade de ver além das riquezas, dos luxos e luzes que brilham nos grandes centros e encontrar rostos de pessoas pobres que sofrem.

Criar uma ampla aliança "religiosa” em torno da "opção pelos pobres” não é uma tarefa tão fácil porque há muitos setores em todas as religiões que crêem que a religião não deve se misturar com problemas e conflitos sociais, ou que a realidade social existente é expressão da vontade de deus todo-poderoso que controlaria o mundo ou da "lei do carma” ou de algum tipo de destino controlado pelas leis ou vontades divinas. Contudo, a luta contra injustiça e opressão está unindo muitos.

Ao lado dessa luta, há também outras lutas importantes que foram sendo objetos de atenção por parte dos teólogos e dos setores das igrejas e religiões nas últimas décadas: a luta das mulheres contra a opressão patriarcal e machista, a luta dos negros e dos indígenas e também de outras minorias étnicas dentro de sociedades preconceituosas. Essas são lutas que diferem da luta em torno da opção pelos pobres porque têm a ver com dinâmicas sociais e psicológicas que vão além das questões econômicas e de classes. Mas, na medida em que essas diversas formas de opressão se dão dentro de um sistema social globalizado, a articulação das teologias feminista, negra e indígena e a opção pelos pobres tem sido uma tarefa assumida por muitos/as teólogos/as por muitas partes do mundo. E isto não tem sido fácil, especialmente no campo prático. Por exemplo, muitos e muitas que lutam pela superação da pobreza ainda carregam dentro de si, em lugares profundos da sua psique, visões machistas do mundo e de Deus.

Mas, o que eu realmente queria propor aqui para reflexão é a necessidade de aprofundarmos reflexões sobre um tema ainda pouco trabalhado neste vasto grupo das teologias críticas ou teologias da libertação em um sentido mais amplo: o da sexualidade. É claro que diversos teólogos/as já trataram do tema da "moral sexual” em uma perspectiva libertadora, e a teoria do gênero trabalha com a construção social da identidade e diferenças de gênero. Contudo, a emergência no campo da mídia massiva das lutas dos homossexuais e da forte reação por parte significativa da sociedade, especialmente de setores religiosos, transforma esse tema em tema urgente.

O que vemos no debate mais massivo são posições muito semelhantes, com sinais trocados. De um lado, uma condenação em si de todos os tipos de e relacionamentos homossexuais, de outro, uma aprovação a priori. Essas duas posições não costumam distinguir a orientação sexual –hetero ou homo– da questão moral que surge nos relacionamentos afetivos e sexuais entre pessoas concretas. A grande parte da discussão está se dando em torno da homo ou heterossexualidade em si.

O problema vai além da introdução da discussão da ética sexual nas lutas de gênero, etnia e da justiça social. É preciso levar em conta a complexidade das relações que se entrecruzam nas lutas sociais concretas. Tomemos como um exemplo a disputa em torno do PL 122, projeto de lei que criminaliza homofobia. O senador Walter Pinheiro (PT-BA), que é reconhecido como alguém que luta pela superação do capitalismo e é um quadro importante da DS, uma tendência do PT conhecido por ser mais de esquerda dentro do partido, assumiu, em nome da sua fé, uma posição que é, para muitos da esquerda, inaceitável. Ele participou de uma manifestação contrária a PL 122 promovida por setores evangélicos. Como era de se esperar, isso gerou polêmica e é possível encontrar na internet "cartas abertas” bastante agressivas.

Esse exemplo mostra como a divisão entre a direita e a esquerda no campo político não funciona bem quando lidamos com temas como o da sexualidade. Isso nos mostra que precisamos debater e estudar com seriedade esse tema e as relações que novas visões vão implicar na luta por um mundo mais justo e humano.

[Autor, juntamente com Hugo Assmann, de "Deus em nós: o reinado que acontece no amor solidário aos pobres”, Ed. Paulo. Twitter: @jungmosung].

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&langref=PT&cod=57541

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O Vento - Os Monarcas
Composição: Edson Gaúcho

Num mundo com tantas doenças. O povo com pouca crença. Eu venho pedir cantando em sentimento e versos, eu venho pedir ao vento dar uma volta no universo. (Meditação).
Pedi ao vento que leve lembrança pra minha terra.
Pedi ao vento que leve paz, aonde tem guerra.
Pedi ao vento que leve fartura onde tem miséria.
Pedi ao vento que leve um beijo nos lábios dela.
O Vento foi,
O Vento vem,
Será que o vento já me atendeu?
Só resta agora você me entender,
Que esse vento é o nosso Deus!
Pedi ao vento que salve os jovens perdidos nas drogas.
Pedi ao vento que espalhe no céu o perfume das rosas.
Pedi ao vento que toda a nação seja gloriosa.
Pedi ao vento proteção aos filhos da mãe amorosa.
O Vento foi,
O Vento vem,
Será que o vento já me atendeu?
Só resta agora você me entender,
Que esse vento é o nosso Deus!
Pedi ao vento pra acalmar as ondas dos sete mares.
Pedi ao vento que leve harmonia a todos os lares.
Pedi ao vento que leve embora a impureza dos ares.
Pedi ao vento em orações que fiz nos altares.
O Vento foi,
O Vento vem,
Será que o vento já me atendeu?
Só resta agora você me entender,
Que esse vento é o nosso Deus!
Pedi ao vento pra nos conduzir na estrada da vida.
Pedi ao vento que encontre a criança desaparecida.
Pedi ao vento que dê ao doente conforto e guarida.
Pedi ao vento que a minha prece seja ouvida.
O Vento foi,
O Vento vem,
Será que o vento já me atendeu?
Só resta agora você me entender,
Que esse vento é o nosso Deus!

terça-feira, 20 de julho de 2010

Manisfesto na Rua




Na tarde do dia 20/07/2010, os avicultores reunidos expressaram sua indignação pelo preço do produto. a exploração por partes das empresas é nítida, frangos e seres humanos não são valorizados. Parabéns avicultores. Parabéns à aqueles que apoiam, e malditos aqueles que exploram e oprimem, e mais, cuidado com a força popular.
Nota da radio aliança:

Aproximadamente 150 avicultores da região interromperam o acesso a empresa Agrofrango em Ipumirim. O movimento iniciou por volta das 16h, desta terça-feira, dia 20, segundo o coordenador da Fetraf-Sul, Alace Wames. Ele afirma o tráfego de caminhões e automóveis ficou interrompido por cerca de 1h30.

Os avicultores tentam negociar com a agroindústria melhor preço dos lotes. Wames afirma que a revolta dos agricultores é com a tabela de custo de produção. “Eles não aceitam negociar e nós (avicultores) tivemos que tomar uma iniciativa mais radical”, enfatiza.

O movimento também interrompe a entrada e saída da produção.

fonte: http://www.radioalianca.com.br/arquivos_internos/index.php?abrir=noticias&acao=conteudo&cat=1&id=16930

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Um Sacerdote deve ser...


Muito grande
e ao mesmo tempo muito pequeno.
De espírito nobre como se levara sangue real
e humilde como um mendigo.

Fonte inesgotável de santidade
e pecador a quem Deus perdoou.
Senhor dos seus próprios desejos
E servidor dos débeis e vacilantes.

Quem jamais se dobrou diante dos poderosos
E se inclina, não obstante, diante dos pequenos,
E é dócil discípulo do seu mestre
Líder de valentes combatentes.

Pedinte de mãos suplicantes
E mensageiro que distribui ouro de mãos cheias.

Animado soldado em campo de batalha
E mão terna na cabeceira do doente.
Ancião na prudência dos seus conselhos
E criança por sua confiança nos demais.

Alguém que aspira sempre o mais alto
Amante do mais humilde.
Feito para a alegria
E acostumado ao sofrimento.

Alheio a toda a inveja.
Transparente em seus pensamentos.
Sincero em suas palavras.
Amigo da paz.
Inimigo da preguiça.
Seguro de si mesmo.

“completamente diferente de mim”
(comenta humildemente o cronista e reforça com certeza o blogueiro)
(de um manuscrito achado em Salzburgo)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O QUE É A IGREJA?

Chegar a um nível desses, apresentado pelo vídeo, no qual as pessoas sintam-se Igreja, exige um generoso investimento em formação, bíblico-catequética, litúrgica, político-pastoral..., em momentos específicos ou celebrativos, gerando maior inserção e participação; algo que precisa passar pelos corações das pessoas, despertando a certeza de que a Igreja é um espaço privilegiado para a construção do Reino de Deus. Do contrário, seremos a “Igreja de Cristo”, mas longe dele; a “Igreja dos pobres”, mas aburguesada; a “Igreja dos excluídos”, mas excludente; a “Igreja dos Profetas”, mas calada.

Caso contrario sempre encontraremos culpados, e coletivamente nunca avançaremos.

sexta-feira, 2 de julho de 2010