BEM VINDOS

REFLEXÕES ECLESIAIS E HUMANAS

sábado, 10 de setembro de 2011

Ataque as torres gêmeas - o dia em que a terra parou

Música para ouvir e lembra do memorável 11 de Setembro - lutamos e sonhamos pela PAZ.

Custos da guerra pós-atentados do 11/09 podem chegar a US$ 4 trilhões, diz professora de Harvard

Em documento, o ex-secretário de Defesa americano afirmou que a guerra custaria menos de US$ 50 bilhões, mas se explica: diz que eram números orçamentários.

A explosão fez o prédio, um dos maiores do mundo, tremer. Ao todo, 184 pessoas morreram. Porém, em pouco tempo, no centro nervoso das Forças Armadas americanas, começou a ser planejada a resposta militar aos ataques terroristas.
A decisão inicial foi atacar o regime Talibã, que protegia a rede terrorista al-Qaeda de Osama bin Laden no Afeganistão. A maioria dos americanos e governos de 56 países apoiaram a iniciativa, mas o então presidente George W. Bush decidiu ampliar a resposta com uma segunda guerra e os Estados Unidos invadiram o Iraque.
Dez anos depois, o custo dessas duas decisões ainda se acumula: em vidas, dinheiro e em mudanças na sociedade americana. Mais de 100 mil soldados americanos ainda lutam na Guerra do Afeganistão, que se tornou a mais longa da história dos Estados Unidos. No Iraque, depois de sete anos, a retirada das tropas de combate já foi concluída, mas o governo americano ainda mantém no país milhares de soldados somente para treinamento das forças locais.
Mais de seis mil militares de 20 países morreram nas duas guerras. No Afeganistão, as mortes de civis chegaram a quase nove mil. No Iraque, as estimativas variam de 100 mil a 1 milhão de civis mortos no conflito.
William Galston foi assessor na Casa Branca durante os anos 90 e, hoje, integra o respeitado Instituto de Pesquisa Brookings, em Washington. Para ele, a invasão do Iraque foi a ofensiva errada, no país errado, no momento errado. Galston tem certeza de que Bush acreditava que o então presidente do Iraque, Saddam Hussein, tinha armas de destruição em massa e afirma: “O que ele não teve foi o cuidado de verificar se as conclusões a que chegou estavam bem fundamentadas. Portanto, Bush levou o país na direção errada”.
Donald Rumsfeld era o encarregado de planejar e executar a invasão do Iraque. O então secretário de Defesa deixou a Casa Branca em 2006. Hoje, aos 79 anos de idade, ele defende a ação do governo Bush e diz que não subestimou o custo da guerra.
Quando a invasão começou, o ex-secretário estimou que ela teria apenas seis meses de duração e custaria US$ 50 bilhões: “Eu não disse isso”, afirma Rumsfeld. “Eu escrevi, sim, um memorando ao presidente falando de custos, mas mostrando que as projeções podiam dar errado”, explica.
Em um documento, Rumsfeld afirma que a guerra custaria menos de US$ 50 bilhões, mas ele explica: “Não eram números meus, eram números orçamentários. Eu repeti dezenas de vezes que não sabia quanto a guerra iria custar nem quanto tempo iria durar”, ele diz.

Qual foi então o custo real do 11 de setembro? “O povo americano não vive aterrorizado”, ele responde. “O governo tomou a decisão de avançar contra os terroristas para proteger o povo americano e teve enorme sucesso. Em dez anos, nenhum outro ataque terrorista foi concluído nos Estados Unidos", completa Rumsfeld.
Linda Bilmes, professora de orçamentos e finanças públicas na Universidade Harvard, faz uma avaliação diferente. Ela é co-autora do livro “A guerra de US$ 3 trilhões, o custo real da guerra do Iraque” e afirma que os custos continuam a crescer com o tratamento de veteranos feridos e os gastos militares que ainda hoje são feitos no Iraque.
Para Linda Bilmes, o valor já está perto dos US$ 4 trilhões, cerca de 80 vezes o valor citado inicialmente por Donald Rumsfeld. E ela diz que, mais do que o gasto direto, a guerra do Iraque criou outros graves problemas. Um deles foi o endividamento do governo americano: “Os Estados Unidos estão sofrendo por falta de investimento, basta andar na rua para ver isso. Todo aquele dinheiro poderia ter sido gasto aqui. Nós vamos viver com as consequências disso por muito tempo”, conclui Linda Bilmes.
Durante sete anos, George W. Bush tentou capturar o principal responsável pelos ataques de 11 de setembro, mas a notícia que os americanos esperaram por quase uma década foi anunciada em maio deste ano, pelo sucessor dele, Barack Obama. O terrorista Osama bin Laden estava morto.
O paradeiro do chefe da al-Qaeda foi descoberto a partir de um minucioso trabalho de inteligência feito pelo Serviço Secreto Americano. Bin Laden foi morto em um esconderijo a 100 quilômetros de Islamabad, capital do Paquistão, um dos países que mais receberam dinheiro e apoio dos Estados Unidos. 

NOSSA SENHORA DA SALETTE

     Realizou-se nos dias 01 á 04 de setembro as comemorações em honra a Nossa Senhora da Salette no município de Ipumirim - SC.  foi a 57ª edição e teve como lema "Com Nossa Senhora da Salette cuidando da vida do planeta", fazendo referencia a CF 2011. Confira como foi a programação.
PROGRAMAÇÃO:
TRÍDUO:
01/09 – 19h00min: celebração das crianças (benção das crianças);
02/09 – 19h00min: procissão luminosa (mensagem de Nossa Senhora);
03/09 - 19h00min: celebração das capelinhas;
FESTA:
04/09
·       06h00min: alvorada festiva;
·       09h00min: procissão vinda das comunidades com os padroeiros(as) com saída da praça;
·       09h30min: missa em honra a Nossa Senhora da Salette (missa das comunidades);
·       Benção da saúde e dos agricultores;
·       12h00min: almoço festivo, à tarde matinê;
Com alegria agradecemos a todos que colaboraram no êxito da festa! Participe da próxima no ano 2012.

QUE A MÃE EM SALETTE VOS ABENÇOE!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

ROMARIA DA TERRA E DA ÁGUA

No dia 11 de setembro do corrente ano, acontecerá a 22ª edição da Romaria da Terra e da Água, na cidade de IRANI, Meio Oeste catarinense, às margens da BR-153, km 64, a cargo da Diocese de Joaçaba. A escolha do local é muito simbólica, pois, parte da história do Contestado foi vivenciada naquele local, onde ocorreu o primeiro combate, o “Combate de Irani”, no dia 22 de outubro de 1912, com a morte do líder José Maria e militares do Paraná, sendo considerada uma grande vitória dos caboclos na Guerra.  Hoje já é consenso na maioria dos historiadores que o motivo da Guerra do Contestado, não foi pela disputa de território do Paraná e Santa Catarina, até por que a região contestada teve seu embate somente na esfera dos Tribunais, e lá foi resolvida. O motivo do conflito Sertanejo foi a expulsão dos caboclos de suas terras. Esta expulsão se deu como uma das principais conseqüências das atividades econômicas promovidas pela grande empresa estrangeira, ligadas à extração madeireira e a construção da ferrovia, com apoio do governo brasileiro. Também, se juntaram ao lado dos caboclos, os ex-operários da construção da estrada de ferro, e os dispensados de serrarias, ou fugitivos. Com apoio e aprovação do Estado, as empresas se instalaram, e se apropriaram das terras e das riquezas naturais. Politicamente, na região imperavam práticas sociais e políticas conhecidas como “coronelismo”. O “sistema de compadrio” foi permeando as relações de dominação de classe e a cultura política da época. Outra razão simbólica do local é o resgate do próprio nome da cidade, cujo significado é originário do rio que banha o município, e que na língua tupi-guarani, significa mel envelhecido, com isso, o nome Irani tem relação com a beleza e riqueza da fauna, da flora, o remédio natural, o alimento e a vida, valores cultuados pelos povos originários Kaigangs e Guaranis. Romaria é um momento de reflexão para todos os romeiros e romeiras sobre a vida, a terra, a água e, principalmente, uma reflexão que se faz necessária da própria Igreja Católica como instituição, que naquele episódio da história, fez a opção pelos ricos, mandatários e coronéis, responsáveis pela exploração do caboclo sertanejo, destruição das matas e a apropriação das terras de toda a região em litígio. É importante ressaltar a presença da fé junto aos caboclos naqueles tempos de duras lutas, dos Monges João Maria de Agostinho, João Maria de Jesus, José Maria, a Virgem Maria Rosa e outras lideranças do Contestado. Essas pessoas eram animadoras, orientadoras e provocadoras de práticas de partilha. Foram sustentáculos dos pobres, alimentando a luta através da fé, da oração, das devoções populares, convidando o povo para rezar contra a fome, a peste e a guerra, enfim, na defesa da vida. Por isso, João Maria é reconhecido pelo povo caboclo como “São João Maria” e, ainda hoje são encontradas fontes de água que ele abençoava, e a cruz de cedro nos lugares por onde ele passou. Ao contrário do representante da Igreja, Frei Rogério Neuhaus que benzia os fuzis dos soldados do exército para o genocídio de Taquaruçu. Os caboclos, cristãos de fé e princípios, não encontraram na Igreja e no Estado o apoio merecido, daí o apego aos líderes messiânicos. A 22ª Romaria da Terra e da Água é uma das vozes da profecia, denunciando todas as formas de destruição do planeta e anunciando a possibilidade de desenvolver a ética do cuidado em preservar as vidas ameaçadas. Para salvarmos o planeta, há necessidade de mudarmos nosso comportamento cotidiano, e colocar em prática os seguintes verbos: REDUZIR (usar menos água, luz, carro...); REUTILIZAR (usar até terminar – usar de maneira diferente); RECICLAR (fazer coleta seletiva); RECUSAR (o que for supérfluo); e finalmente, REPENSAR (o comportamento cotidiano e ético, não servindo a dois Senhores).

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Vaticano II e a Juventude

MENSAGEM DO PAPA PAULO VI
NA CONCLUSÃO DO CONCÍLIO VATICANO II
AOS JOVENS
8 de Dezembro de 1963
Aos jovens
É finalmente a vós, rapazes e moças de todo o mundo, que o Concílio quer dirigir a sua última mensagem - pois sereis vós a recolher o facho das mãos dos vossos antepassados e a viver no mundo no momento das mais gigantescas transformações da sua história, sois vós quem, recolhendo o melhor do exemplo e do ensinamento dos vossos pais e mestres, ides constituir a sociedade de amanhã: salvar-vos-eis ou perecereis com ela.
A Igreja, durante quatro anos, tem estado a trabalhar para um rejuvenescimento do seu rosto, para melhor responder à intenção do seu fundador, o grande vivente, o Cristo eternamente jovem. E no termo desta importante «revisão de vida», volta-se para vós. É para vós, os jovens, especialmente para vós, que ela acaba de acender, pelo seu Concílio, uma luz: luz que iluminará o futuro, o vosso futuro.
A Igreja deseja que esta sociedade que vós ides constituir respeite a dignidade, a liberdade, o direito das pessoas: e estas pessoas, sois vós.
Deseja em especial que esta sociedade deixe espalhar-se o seu tesouro sempre antigo e sempre novo: a fé, e que as vossas almas possam banhar-se livremente nos seus clarões benéficos. Tem confiança que vós encontrareis uma força e uma alegria tais que não chegareis a ser tentados, como alguns dos vossos antepassados, a ceder à sedução das filosofias do egoísmo e do prazer, ou às do desespero e do nada, e que perante o ateísmo, fenómeno de cansaço e de velhice, vós sabereis afirmar a vossa fé na vida e no que dá um sentido à vida: a certeza da existência de um Deus justo e bom.
É em nome deste Deus e de seu Filho Jesus que vos exortamos a alargar os vossos corações a todo o mundo, a escutar o apelo dos vossos irmãos e a pôr corajosamente ao seu serviço as vossas energias juvenis. Lutai contra todo o egoísmo. Recusai dar livre curso aos instintos da violência e do ódio, que geram as guerras e o seu cortejo de misérias. Sede generosos, puros, respeitadores, sinceros. E construí com entusiasmo um mundo melhor que o dos vossos antepassados.
A Igreja olha-vos com confiança e com amor. Rica de um longo passado sempre vivo, e caminhando para a perfeição humana no tempo e para os destinos últimos da história e da vida, ela é a verdadeira juventude do mundo. Possui o que constitui a força e o encanto dos jovens: a faculdade de se alegrar com o que começa, de se dar sem nada exigir, de se renovar e de partir para novas conquistas. Olhai-a, e encontrareis nela o rosto de Cristo, o verdadeiro herói, humilde e sábio, o profeta da verdade e do amor, o companheiro e o amigo dos jovens. É em nome de Cristo que nós vos saudamos, que vos exortamos e vos abençoamos (AAS 58 (1966), p. 8-18).
Fonte: www.vatican.va 

sexta-feira, 15 de julho de 2011

COISA DE LOUKO

ESCADA


POR ELA CONSEGUIMOS IR AO ALTO
COM ELA PODEMOS CHEGAR AO FUNDO
COM ELA PODEMOS CAIR
COM ELA REALIZAR OBJETIVOS
A VIDA, É UMA ESCADA, USE-A COMO QUISER
 CHORE PELAS DECISÕES 
NÃO CHORE PELAS QUEDAS 
QUEDAS SÃO INEVITÁVEIS, DESISTÊNCIAS SÃO DECISÕES.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Palavras de Dom Hélder Câmara

"As pessoas
 são pesadas demais
 para serem levadas 
nos ombros.
 Levo-as no coração". 













CASA ARRUMADA

Casa Arrumada
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa
entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um
cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os
móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras
e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições
fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca
ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.

(Homo)Sexualidade e a esquerda


Sei que isso pode ser um crime, mas cito fonte no final. Gostaria de compartilhar uma proposta de reflexão do autor Jung Mo Sung.

O autor traz presente a história de luta em favor das minorias. Jung mo sung porém nos provoca para melhor discutirmos a ética sexual e a homossexualidade, tema polêmico que ultrapassa barreiras politicas. saboreiem a reflexão deste estimado autor:

A Teologia da Libertação, como sabemos, produziu um poderoso discurso religioso de crítica às injustiças sociais e apresentou uma imagem de Deus compassivo e solidário com os sofrimentos dos pobres do mundo inteiro. O seu impacto foi tão grande que ultrapassou o continente latino-americano e atingiu o cristianismo nos outros continentes; e foi mais além do próprio o mundo cristão e entrou também no mundo judaico, budista e islâmico. (Há hoje uma produção importante da teologia islâmica de libertação que é pouco conhecida por aqui.)

O que une setores dessas diversas religiões não é uma compreensão convergente de Deus (no budismo majoritário, não há noção de Deus), nem uma vontade de estabelecer um diálogo religioso pelo diálogo, mas a convicção ética de que a (sua) religião deve assumir responsabilidades frente à tão gritante injustiça social que marca o nosso mundo. É a capacidade de ver além das riquezas, dos luxos e luzes que brilham nos grandes centros e encontrar rostos de pessoas pobres que sofrem.

Criar uma ampla aliança "religiosa” em torno da "opção pelos pobres” não é uma tarefa tão fácil porque há muitos setores em todas as religiões que crêem que a religião não deve se misturar com problemas e conflitos sociais, ou que a realidade social existente é expressão da vontade de deus todo-poderoso que controlaria o mundo ou da "lei do carma” ou de algum tipo de destino controlado pelas leis ou vontades divinas. Contudo, a luta contra injustiça e opressão está unindo muitos.

Ao lado dessa luta, há também outras lutas importantes que foram sendo objetos de atenção por parte dos teólogos e dos setores das igrejas e religiões nas últimas décadas: a luta das mulheres contra a opressão patriarcal e machista, a luta dos negros e dos indígenas e também de outras minorias étnicas dentro de sociedades preconceituosas. Essas são lutas que diferem da luta em torno da opção pelos pobres porque têm a ver com dinâmicas sociais e psicológicas que vão além das questões econômicas e de classes. Mas, na medida em que essas diversas formas de opressão se dão dentro de um sistema social globalizado, a articulação das teologias feminista, negra e indígena e a opção pelos pobres tem sido uma tarefa assumida por muitos/as teólogos/as por muitas partes do mundo. E isto não tem sido fácil, especialmente no campo prático. Por exemplo, muitos e muitas que lutam pela superação da pobreza ainda carregam dentro de si, em lugares profundos da sua psique, visões machistas do mundo e de Deus.

Mas, o que eu realmente queria propor aqui para reflexão é a necessidade de aprofundarmos reflexões sobre um tema ainda pouco trabalhado neste vasto grupo das teologias críticas ou teologias da libertação em um sentido mais amplo: o da sexualidade. É claro que diversos teólogos/as já trataram do tema da "moral sexual” em uma perspectiva libertadora, e a teoria do gênero trabalha com a construção social da identidade e diferenças de gênero. Contudo, a emergência no campo da mídia massiva das lutas dos homossexuais e da forte reação por parte significativa da sociedade, especialmente de setores religiosos, transforma esse tema em tema urgente.

O que vemos no debate mais massivo são posições muito semelhantes, com sinais trocados. De um lado, uma condenação em si de todos os tipos de e relacionamentos homossexuais, de outro, uma aprovação a priori. Essas duas posições não costumam distinguir a orientação sexual –hetero ou homo– da questão moral que surge nos relacionamentos afetivos e sexuais entre pessoas concretas. A grande parte da discussão está se dando em torno da homo ou heterossexualidade em si.

O problema vai além da introdução da discussão da ética sexual nas lutas de gênero, etnia e da justiça social. É preciso levar em conta a complexidade das relações que se entrecruzam nas lutas sociais concretas. Tomemos como um exemplo a disputa em torno do PL 122, projeto de lei que criminaliza homofobia. O senador Walter Pinheiro (PT-BA), que é reconhecido como alguém que luta pela superação do capitalismo e é um quadro importante da DS, uma tendência do PT conhecido por ser mais de esquerda dentro do partido, assumiu, em nome da sua fé, uma posição que é, para muitos da esquerda, inaceitável. Ele participou de uma manifestação contrária a PL 122 promovida por setores evangélicos. Como era de se esperar, isso gerou polêmica e é possível encontrar na internet "cartas abertas” bastante agressivas.

Esse exemplo mostra como a divisão entre a direita e a esquerda no campo político não funciona bem quando lidamos com temas como o da sexualidade. Isso nos mostra que precisamos debater e estudar com seriedade esse tema e as relações que novas visões vão implicar na luta por um mundo mais justo e humano.

[Autor, juntamente com Hugo Assmann, de "Deus em nós: o reinado que acontece no amor solidário aos pobres”, Ed. Paulo. Twitter: @jungmosung].

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&langref=PT&cod=57541